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JOÃO GILBERTO NOLL

 

Nascido em Porto Alegre (RS), em 15 de abril de 1946, João Gilberto Noll trabalhou como jornalista nos jornais Última Hora e Folha da Manhã, no Rio, para onde se mudou em 1969. Estreou como escritor com um conto na antologia Roda de fogo, organizada por Carlos Jorge Appel, de Porto Alegre. Durante a década de 1970, alternou as atividades de jornalista com as de professor no curso de comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio).

 

Em 1980, publicou seu primeiro livro, a coletânea de contos O cego e a dançarina. Autor prolífico, Noll lançaria romances e contos nas duas décadas seguintes, os quais resultaram na antologia Romances e contos reunidos, de 1997. Intérprete do sentimento pós-moderno de perda de sentido e de referência, João Gilberto Noll aborda a temática sexual em muitas de suas obras, o que o levou a ser comparado ao escritor e poeta inglês D.H. Lawrence.

 

Autor de estilo filiado a uma tradição introspectiva, seus personagens são perdidos em grandes solidões, de que é exemplo o romance Acenos e afagos, de 2008. Algumas de suas obras foram adaptadas para o cinema, entre as quais o conto “Alguma coisa urgentemente”, que inspirou o filme de Murilo Salles Nunca fomos tão felizes, de 1984, e o romance Hotel Atlântico, que deu origem ao filme de mesmo título, realizado por Suzana Amaral, em 2009.

 

KATE CHOPIN

 

Kate Chopin (1850-1904) era uma mulher à frente de seu tempo. De escrita elaborada na forma e ousada no conteúdo, Chopin surpreende pela habilidade narrativa e pela coragem em lidar com temas polêmicos. Já no final do século XIX, impõe corajosamente em sua literatura uma percepção apurada e crítica da sociedade.

Tendo como exemplo a audácia de sua avó, que, em pleno século XIX, foi a primeira mulher a se separar legalmente em Saint Louis (Missouri) e, já em idade avançada, tornou-se empresária, Chopin se tornou uma mulher destemida. Viúva aos 32 anos, teve de se sustentar sozinha, vindo a descobrir sua verdadeira vocação quando passou a escrever regularmente, por indicação do seu terapeuta, tornando-se, assim, uma excelente romancista e conquistando sua independência como escritora.

 

Culpados, mesmo sendo o primeiro romance escrito por Chopin, já apresenta uma maturidade narrativa inegável. Mas o que salta aos olhos do leitor contemporâneo, quando considerado o contexto social à época em que o livro foi publicado, é o questionamento ostensivo à orientação androcêntrica que vigorava então (e, por que não dizer, vigora até hoje).

 

Chopin encontrou inúmeras barreiras para publicar suas obras, visto que tocava em temas tabus como divórcio, alcoolismo, tensões raciais, preconceitos morais e religiosos, a frivolidade burguesa, etc. Sua escrita era uma afronta à moral estabelecida, na medida em que construía personagens femininas fortes, que representavam o desejo feminino de independência e colocavam em xeque preceitos morais e o comportamento padrão que a sociedade impunha à mulher, comportamento esse objeto incansável da ironia de Chopin.

 

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-026X2006000100019

 

EDGARDO COZARINSKY

Edgardo Cozarinsky é um escritor, cineasta e dramaturgo nascido em Buenos Aires em 13 de janeiro de 1939. Ele estudou literatura na Universidade de Buenos Aires e escreveu para revistas científicas de Argentina e Espanha. Em 1974 estabeleceu-se em Paris e, desde 1988, alternou o seu tempo entre Buenos Aires e da capital francesa. Cineasta e escritor, já dirigiu filmes como La Guerre d'un seul homme, Le Violon de Rothschild, Fantômes Tanger e Night Watch, que ganharam vários prêmios e honrarias.

 

Sua obra literária: The Witness passe (2001) e Museu de Gossip (2005), volumes de curtas histórias: Voodoo Urban (1985) Susan Sontag e prólogo de Guillermo Cabrera Infante, Noiva de Odessa (2001 ), e três fronteiras (2006) e os romances: o cafetão Moldavo (2004); manobras Noite (2007); Longe de onde (2009) e Ghosts Dinheiro (2012).

 

Disponível em: http://www.compartelibros.com/autor/edgardo-cozarinsky/1

 

 

ANGELICA FREITAS

 

(Pelotas, 1973) é uma poeta e tradutora brasileira. Publicou o livro Rilke shake (São Paulo: Cosac Naify, 2007). Participou de vários encontros de poetas e festivais internacionais, como o Festival Latino-americano de Poesía Salida al Mar (Buenos Aires), o Poquita Fé, em Santiago do Chile, e é uma das convidadas do Poesie Festival em Berlim, dedicado em 2008 à poesia lusófona. Seus poemas foram publicados em várias revistas impressas e eletrônicas, como Inimigo Rumor (Rio de Janeiro, Brasil), Diário de Poesía (Buenos Aires/Rosário, Argentina), águasfurtadas (Lisboa, Portugal), Hilda (Berlim, Alemanha) e Aufgabe (Nova Iorque, Estados Unidos), e figura na antologia Cuatro Poetas Recientes del Brasil (Buenos Aires: Black & Vermelho, 2006). É co-editora, com os poetas Marília Garcia, Fabiano Calixto e Ricardo Domeneck, da revista de poesia Modo de Usar & Co. Traduziu poetas argentinas como Susana Thénon e Lucía Bianco.

Disponível em: http://www.antoniomiranda.com.br/Iberoamerica/brasil/angelica_freitas.html

 

ELiZABETH GILBERT

Elizabeth Gilbert (1969) é uma escritora norte-americana. Romancista, contista e memorialista, é a autora do best-seller “Comer, Rezar, Amar”.

Elizabeth Gilbert (1969) nasceu em Waterbury, Connecticut, Estados Unidos, no dia 18 de julho de 1969. Cresceu em uma pequena fazenda da família. Em 1991 formou-se em Ciência Política na Universidade de Nova Iorque. Depois de formada, passou vários anos viajando por seu país, trabalhando em bares, lanchonetes e fazendas, para reunir experiências que depois foram transformadas em um livro de contos intitulado “Peregrinos”, publicado em 2007, que foi um dos finalistas do prêmio PEN/Hemingway.

 

Elizabeth Gilbert trabalhou como jornalista de algumas publicações, entre elas, o GQ Magazine e o The New York Time Magazine. Foi três vezes finalista do prêmio Nacional/Magazine, por um artigo sobre sua experiência como garçonete em Lower East Side, que se tornou base para o filme Coyote Ugly.

Em 2000, Elizabeth publicou seu primeiro romance “Stern Man” (Filhas do Mar). Em 2002 publicou “The Last American Man”, que foi finalista do National Book Award e do National Book Critics Circle Award. Elizabeth Gilbert só se tornou famosa com a publicação de seu livro de memórias intitulado “Comer, Rezar, Amar” (2006), no original “Eat, Pray, Love”.

 

O livro narra sua aventura pelo mundo, com 30 anos e sozinha, depois de um divórcio, uma depressão e outro amor fracassado. Sentindo-se confusa e triste, resolve livrar-se de todos os bens materiais, demite-se do emprego e parte em sua viagem. Em Roma, estudou gastronomia, aprendeu a falar italiano e engordou onze quilos. Na Índia, dedicou-se à exploração espiritual. Em Bali, na Indonésia, exercitou o equilíbrio entre o prazer mundano e a transcendência divina. Inesperadamente apaixonou-se por um brasileiro que morava em Bali.

 

O livro ficou mais de três anos e meio entre os mais vendidos na lista do New York Times e escolhido pela Entertainment Weekly como uma das melhores obras de não ficção do ano. O livro foi traduzido para mais de trinta idiomas e se tornou um best-seller internacional. A revista Time nomeou Elizabeth como uma das pessoas mais influentes do mundo. Em 2010 foi transformado em filme, dirigido por Ryan Murphy e estrelado por Julia Roberts.

 

Em 2010, Elizabeth publicou “Comprometida”, também um livro de memórias em que explora seus sentimentos ambivalentes sobre a instituição casamento. O livro foi bem recebido pela crítica e tornou-se o Number One do New York Times. Em 2013 publicou o romance “A Marca de Todas as Coisas”, que ela denominou como “o romance de uma vida”. O livro foi nomeado o Melhor Livro de 2013, pela The New York Times. Sua mais recente obra foi “Grande Magia – Vida Criativa Sem Medo”, publicada em 2015.

 

Disponível em: https://www.ebiografia.com/elizabeth_gilbert/

 

 

ALMEIDA GARRETT

 

Almeida Garrett (1799-1854) foi um poeta, prosador e dramaturgo português, teve um papel importante como introdutor das ideias do Romantismo em Portugal.

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garret (1799-1859) nasceu na cidade do Porto, Portugal, no dia 04 de fevereiro de 1799. Acompanhou a família na mudança para os Açores, durante a invasão francesa. Passou a adolescência na ilha Terceira. Desde cedo manifestava inclinação pela literatura e pela política.

 

Em 1816, retorna a Portugal e ingressa no curso de Direito na Universidade de Coimbra. Nesse mesmo ano escreve seus primeiros poemas com caracteres neoclássicos, reunidos mais tarde com o nome de “Lírica de João Mínimo”. Em 1821 conclui a Licenciatura. Publica o poema “Retrato de Vênus”, que lhe valeu um processo judicial por ter sido a obra considerada licenciosa. Em 1822, foi nomeado secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos negócios do Reino.

 

Em 1823, Almeida Garrett segue para o exílio na Inglaterra devido à sua participação na Revolução Liberal do Porto. Em 1824, parte para a França e influenciado por Shakespeare, começa a escrever poemas dentro do novo estilo. Em Paris, publica o poema “Camões” (1825), marco inicial do Romantismo português. Um ano depois escreve “D. Branca” (1826). Entre 1828 e 1831, volta para a Inglaterra, devido o restabelecimento do regime absolutista por D. Miguel. Em 1832, regressa ao Porto.

 

Incentivador do teatro romântico português, desperta, através dele, o sentimento de patriotismo e o gosto pelos momentos marcantes da história nacional. A partir de 1838, desenvolve uma campanha a favor da edificação do Teatro Nacional D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática. Entre suas obras na dramaturgia se destacam: “Um Auto de Gil Vicente” (sua primeira peça romântica, 1842), “O Alfageme de Santarém” (1842), “Frei Luís de Souza” (uma tragédia, obra prima da dramaturgia romântica portuguesa, 1844) e “D. Filipa de Vilhena” (1846).

 

Na prosa, Almeida Garrett eleva esse gênero literário através da narrativa de viagens, escrevendo prosas de ficção, entre elas: “O Arco de Santana”, romance histórico (1845-1850), “Viagens na Minha Terra”, uma obra prima, mesclada de meditações filosóficas (1843-1845) e o romance “Helena”, obra inacabada (1854).

Almeida Garrett viveu intensa vida política, foi eleito deputado em 1845. Em 1851 foi nomeado sucessivamente para a redação das instruções ao profeto de lei eleitoral e para a comissão de reforma da Academia de Ciências. Nesse mesmo ano recebeu o Título de Visconde. Em 1852, foi eleito novamente deputado e por um curto período ocupou o cargo de Ministro dos Negócios Estrangeiros.

O escritor cultivou também a oratória parlamentar e o jornalismo. Na oratória destacam-se: “Da Educação” (1829), “Portugal na Balança da Europa” (1830) e “Discursos Parlamentares” (1871). No jornalismo, colaborou com “O Cronista” (1826), “O Chaveco Liberal” (1827) e “O Percursor” (1831).

Almeida Garrett faleceu em Lisboa, Portugal, no dia 9 de dezembro de 1854.

 

Disponível em: https://www.ebiografia.com/almeida_garrett/

JOSEPH ADDISON

 

Joseph Addison é o autor da peça Cato a tragedy in five acts, uma das mais populares obras dramáticas da literatura inglesa. Ele nasceu em 1º de maio de 1672, em uma pequena vila chamada Milston, situada em Wiltshire, na Inglaterra, onde seu pai era um clérigo. Aos doze anos de idade, quando o pai tornou-se decano de Lichfield, Addison mudou-se para lá com a família. De acordo com Wise (1883, p.1), o pai do autor é responsável por inferir-lhe sentimentos religiosos e valores morais que influenciaram diretamente em sua personalidade e carreira, tornando-o um cidadão conhecido por suas virtudes.

 

Em Lichfield, Addison frequentou a Escola de Gramática de Lichfield. Seu desempenho foi notável e, aos 15 anos de idade, foi aceito no Queen’s College, em Oxford. Sua performance acadêmica chamou a atenção do reitor do Magdalen College, Dr. Lancaster, que o indicou para integrar a instituição por suas habilidades e conhecimento na área de versos latinos (HUBBARD, 1899, p. 67). Em 1693, aos vinte e um anos de idade, Addison graduou-se como mestre em Artes e dedicou-se a estudar poesia, em especial a poesia latina, obtendo renome entre os intelectuais da época por seu conhecimento nessa área. Para Wise (1883, p.2), Addison “estava imbuído com o espírito latino e captou o segredo de seu estilo”.

 

Apesar de sua reputação acadêmica, Addison não tinha certeza de que carreira seguir. Seu pai sonhava e o incentivava à vida religiosa. Embora muito correto em suas atitudes e também bastante religioso, Addison hesitou em seguir os passos do pai como pastor. Entretanto, ele atraiu a atenção da sociedade da época devido aos seus versos latinos, e seus contatos da corte o dissuadiram da vida religiosa, persuadindo-o a tornar-se um diplomata, serviço pelo qual receberia um auxílio de trezentas libras anuais (HALLECK, 1900, p.245). Como diplomata, Addison morou na França, viveu com uma família francesa, estudou o idioma local e viajou incessantemente. Com a morte do rei Willian, em 1702, e a reestruturação do governo, o escritor teve seu auxílio financeiro extinto e viu-se forçado a voltar à Inglaterra, onde buscou emprego como professor (HALLECK, 1900, p.246). Conforme relata Wise (1883, p.45), por volta de 1704, a obra Cato a tragedy in five acts já estava em processo de elaboração.

           

Enquanto Addison trabalhava como professor, ocorria a Guerra da Sucessão Espanhola (1702-1714). A Batalha de Blenheim, em agosto de 1704, foi um confronto armado em que a Grande Aliança – formada pela Inglaterra, Áustria, Províncias Unidas, Prússia, Dinamarca, Hesse e Hanôver, sob o comando de Marlborough, derrotou a França. Essa batalha representou a maior derrota da França em quarenta anos e foi responsável por Luís XIV desistir de dominar a Europa (AXELROD, 2011, p.4).

 

Para comemorar essa conquista, “irritado por ver a vitória celebrada com poesias ruins” (HALLECK, 1900, p.247), o governo inglês encomendou a Addison um poema em honra à batalha. Ao cumprir brilhantemente esta tarefa, Addison ganhou ainda mais visibilidade no meio político e literário e foi convidado, a partir de então, a ocupar altos cargos no governo inglês (BLAISDELL, 1898, p. 310). Addison também se tornou um parlamentar, contudo, ao atuar politicamente, demonstrou não ser um bom orador e preferiu manter-se como escritor e membro do governo em outros cargos. Nesse período, Addison fortaleceu seu envolvimento político por escrever discursos para diversos políticos que o pagavam muito bem por esse serviço.

           

Somando-se ao fato de sua influência política devido aos cargos que ocupava, Addison tornara-se, ainda, um ensaísta de renome. Diferente de muitos escritores que ganharam fama apenas após a morte, Addison tinha o reconhecimento de seus contemporâneos. Ele escrevia crônicas que tratavam de temas do cotidiano e assim conseguiu conquistar o público, com um estilo “gentil” para tratar das “ridicularidades” da sociedade britânica, “cujo objetivo era trazer a Filosofia para fora das ruas e livrarias, levando-a para as mesas de chá e cafeterias, rompendo as barreiras entre o ambiente erudito e o acadêmico, tornando as questões morais e filosóficas assunto também das camadas mais populares” (HALLECK, 1900, p. 250).

           

“Se eu me deparasse com qualquer coisa na cidade, na corte ou no país, que chocasse a modéstia e as boas maneiras, eu usaria todos os meus empenhos para criar um texto sobre isso”, afirmava Addison (apud HALLECK, 1900, p. 250). Para Johnson (1826, p.403), “quem desejar conhecer o estilo inglês, familiar, mas não vulgar; e elegante, mas não ostentador, deve dedicar seus dias e noites ao estudo de Addison”. Para Blaisdell (1898, p.312), o estilo de Addison foi por muito tempo lembrado como o melhor modelo de prosa inglesa. “Ele é puro, simples, gentil e seus ensinamentos nos fazem homens mais sábios e melhores membros da sociedade” (BLAISDELL, 1898, p. 312).

           

Segundo Halleck (1900, p.247), “os ingleses o teriam feito rei se eles tivessem tido a oportunidade de colocá-lo no trono”.  Addison escreveu ensaios para os periódicos The Tatler e The Spectator. “A maioria dos trabalhos em jornais são esquecidos com o pôr-do-sol, mas estes artigos são avidamente lidos pelas pessoas mais cultas da atualidade”, afirmou Halleck, em 1900, em uma biografia a respeito do autor, quase dois séculos depois das publicações de Joseph Addison (HALLECK, 1900, p.247).

           

O jornal The Tatler era publicado por Richard Steele, um colega de classe de Adisson. Ele ia às bancas três vezes por semana e tratava de temas de interesse da sociedade, a exemplo de política e comportamento (HALLECK, 1900, p.248). Steele chamou Addison para auxiliá-lo no trabalho, entretanto, segundo o próprio Steele, o ajudante ganhou mais visibilidade do que o mestre e tornou-se o carro-chefe do periódico. De acordo com Blaisdell (1898, p.311), os textos de Addison em The Tatler consistiam em “felizes imitações de contos arábicos, criteriosas meditações e críticas bem humoradas relacionadas ao público e a personalidades comuns na sociedade de então”.

           

Contudo, em 1711, The Tatler teve sua circulação interrompida. Foi então que The Spectator assumiu o nicho de periódico deixado pelo jornal na sociedade inglês. O novo periódico era publicado diariamente e circulou por aproximadamente um ano e meio, totalizando quinhentos e cinquenta e cinco edições (HALLECK, 1900, p.250). Addison contribuiu desde o primeiro exemplar que foi às bancas e escreveu para The Spectator a respeito dos mais variados temas durante todo o seu período de circulação. 

           

Nesse periódico, Addison criou o personagem Sir Roger de Coverley Papers, um típico cavalheiro da sociedade inglesa que lhe servia para ironizar a estrutura social e os costumes ingleses. “Addison é propriamente um sátiro da moral e sua caneta fez muito mais do que o púlpito para civilizar a geração e tornar virtuosa a moda”, afirma Halleck (1900, p. 250).

           

Em 1713 ele publicou seu trabalho mais reconhecido, o drama Cato a tragedy in five acts, com o qual tornou-se ainda mais notável na sociedade inglesa. A peça teve também grande repercussão nos Estados Unidos e conquistou a admiração do primeiro presidente norte-americano, George Washington, que governou os Estados Unidos de 30 de abril de 1789 a 4 de março de 1797.

           

A partir de 1716, Addison afastou-se do convívio social e morreu ainda jovem, aos quarenta e oito anos, em 17 de junho de 1719. Ele foi enterrado na galeria dos poetas da Abadia de Westminster, onde estão enterradas muitas figuras históricas da Inglaterra.

 

REFERÊNCIAS:

AXELROD, Alan. Winston Churchill CEO: 25 lições indispensáveis para líderes extraordinários. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

 

BLAISDELL, Albert F. First steps with American and British authors. New York: American Book Company, 1898.

 

HALLECK, Reuben Post. History of English Literature. Forgotten Books, 2013. Originally published in 1900, PIBN1000412313

 

HUBBARD, Elbert. Joseph Addison Little journeys to the homes of English Authors. New York: Roycrofters, 1899.

 

WISE, Daniel. Joseph Addison. New York: Phillips & Hunt,1883.

AUTORA: CAROLINA FILIPAKI

SHAKESPEARE

William Shakespeare nasceu em 23 de abril de 1564 em Stratford-upon-Avon, na Inglaterra, e morreu em 23 de abril de 1616 na mesma cidade. Foi um poeta, dramaturgo e ator inglês, tido como o maior escritor do idioma inglês e o mais influente dramaturgo do mundo. É chamado frequentemente de Poeta nacional da Inglaterra, de Bardo do Avon ou simplesmente The Bard, O Bardo.

 

De suas obras restaram até os dias de hoje 38 peças, 3.154 sonetos, dois longos poemas narrativos e diversos outros poemas. Suas peças foram traduzidas para todas as principais línguas modernas e são mais encenadas que as de qualquer outro dramaturgo. Muitos de seus textos e temas, especialmente os do teatro, permanecem vivos até os nossos dias, sendo revisitados com frequência pelo teatro, televisão, cinema e literatura.

 

William Shakespeare era filho de John Shakespeare, um bem-sucedido luveiro e sub-prefeito de Stratford (depois comerciante de lãs), vindo de Snitterfild, e Mary Arden, filha afluente de um rico proprietário de terras. Embora a sua data de nascimento seja desconhecida, admite-se a de 23 de Abril de 1564 com base no registro de seu batizado, a 26 do mesmo mês, devido ao costume, à época, de se batizarem as crianças três dias após o nascimento. Shakespeare foi o terceiro filho de uma prole de oito e o mais velho a sobreviver.

 

Entre 1585 e 1592, William começou uma carreira bem-sucedida em Londres como ator, escritor e um dos proprietários da companhia de teatro chamada Lord Chamberlain’s Men, mais tarde conhecida como King’s Men.

 

Foi em Londres onde se atribui a Shakespeare seu momento de maiores oportunidades para destaque. Não se sabe de exato quando Shakespeare começara a escrever, mas alusões contemporâneas e registros de performances mostram que várias de suas peças foram representadas em Londres em 1592.

Neste período, o contexto histórico favorecia o desenvolvimento cultural e artístico, pois a Inglaterra vivia os tempos de ouro sob o reinado da rainha Elizabeth I. O teatro deste período, conhecido como teatro elisabetano, foi de grande importância e primor para os ingleses da alta sociedade. Na época, o teatro também era lido, e não apenas assistido e encenado. Havia companhias que compravam obras de autores em voga e depois passavam a vender o repertório às tipografias. As tipografias imprimiam os textos e vendiam a um público leitor que crescia cada vez mais. Isso fazia com que as obras ficassem em domínio público.

 

Seu talento limitante como ator teria o inspirado a conhecer como funcionava o teatro e seu poeta interior foi floreando. Foi lembrando-se dos textos dos mestres dramáticos da escola, e começou a experimentar como seria escrever para o teatro. Desde 1594, as peças de Shakespeare foram realizadas apenas pelo Lord Chamberlain’s Men. Com a morte de Elizabeth I, em 1603, a companhia passou a atribuir uma patente real ao novo rei, James I da Inglaterra, mudando seu nome para King’s Men (Homens do Rei).

 

O ano de 1599 foi o da fundação oficial do Globe Theatre. Fundado por James Burbage, ostentava uma insígnia de Hércules sustentando o globo terrestre. Registros de propriedades, compras, investimentos de Shakespeare o tornou um homem rico. William era sócio do Globe, um edifício que tinha forma octogonal, com abertura no centro. Todos os papéis eram representados pelos homens, sendo os mais jovens os encarregados de fazerem papéis femininos.

 

Em 1597, fontes dizem que ele comprou a segunda maior casa em Stratford, a New Place. De 1601 a 1608, especula-se que ele esteve motivado para escrever Hamlet, Otelo e Macbeth. Em 1613, O Globe Theatre foi destruído pelo fogo. Alguns biógrafos dizem que foi durante a representação da peça Henry VIII.

Acredita-se que ele tenha retornado a Stratford em torno de 1613, morrendo três anos depois. Restaram poucos registros da vida privada de Shakespeare e existem muitas especulações sobre assuntos como a sua aparência física, sexualidade, crenças religiosas, e se algumas das obras que lhe são atribuídas teriam sido escritas por outros autores.

 

Shakespeare produziu a maior parte de sua obra entre 1590 e 1613. Suas primeiras peças eram principalmente comédias e obras baseadas em eventos e personagens históricos, gêneros que ele levou ao ápice da sofisticação e do talento artístico ao fim do século XVI. A partir de então escreveu apenas tragédias até por volta de 1608, incluindo Hamlet, Rei Lear e Macbeth, consideradas algumas das obras mais importantes na língua inglesa.

 

Na sua última fase, escreveu um conjuntos de peças classificadas como tragicomédias ou romances, e colaborou com outros dramaturgos. Diversas de suas peças foram publicadas, em edições com variados graus de qualidade e precisão, durante sua vida. Em 1623 dois de seus antigos colegas de teatro publicaram o chamado First Folio, uma coletánea de suas obras dramáticas que incluía todas as peças (com a exceção de duas) reconhecidas atualmente como sendo de sua autoria.

Shakespeare foi um poeta e dramaturgo respeitado em sua própria época, mas sua reputação só viria a atingir o nível em que se encontra hoje no século XIX. Os românticos, especialmente, aclamaram sua genialidade, e os vitorianos idolatraram-no como um herói. No século XX sua obra foi adotada e redescoberta repetidamente por novos movimentos, tanto na academia quanto na performance. Suas peças permanecem extremamente populares hoje em dia e são estudadas, encenadas e reinterpretadas constantemente, em diversos contextos culturais e políticos, por todo o mundo.

 

William Shakespeare morreu em 23 de Abril de 1616, mesmo dia de seu aniversário. Sua filha Susanna havia se casado com um médico, John Hall, em 1607, e Judith tinha se casado com Thomas Quiney, um vinificador, dois meses antes da morte do pai. A morte de Shakespeare envolve mistério ainda hoje. No entanto, é óbvio que existam diversas anedotas. A que mais se propagou é a de que Shakespeare estaria com uma forte febre, causada pela embriaguez.

Disponível em: https://www.blahcultural.com/biografia-de-autor-william-shakespeare/

 

 

MARIA GABRIELA LLANSOL

 

Escritora portuguesa de ascendência espanhola, nascida em Lisboa. Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas, tendo trabalhado em áreas relacionadas com problemas educacionais. Em 1965, abandonou Portugal para se fixar na Bélgica. Regressou há alguns anos a Portugal. Considerada uma autora cuja escrita é hermética e de difícil inteligibilidade para o leitor comum, é, no entanto, apontada por muitos como um dos nomes mais inovadores e importantes da ficção portuguesa contemporânea. A sua carreira literária iniciou-se com Os Pregos na Erva (1962), obra que inaugurou uma nova forma de escrever, embora estruturalmente se assemelhe a um livro de contos. Publicou de seguida Depois de os Pregos na Erva (1972), O Livro das Comunidades (1977), A Restante Vida (1983), Na Casa de Julho e Agosto (1984), Causa Amante (1984), Contos do Mal Errante (1986), Da Sebe ao Ser (1988), Um Beijo Dado Mais Tarde (1990), com evidentes ressonâncias autobiográficas, Lisboaleipzig 1: O Encontro Inesperado do Diverso (1994), Lisboaleipzig 2: O Ensaio de Música (1995), Ardente Texto Joshua (1998) e Onde Vais Drama Poesia? (2000). No caso de Maria Gabriela Llansol dificilmente se podem aplicar designações tradicionais como conto, romance ou mesmo diário.

 

Apesar de se detectarem elementos tradicionais da narrativa, as suas obras, mais do que narrativas, são conjuntos de pequenos quadros e meditações. A acção localiza-se geralmente na Alemanha ou em regiões próximas, nos primórdios do Renascimento, num ambiente fantástico em que à volta de Copérnico, Isabol ou Hadewijch se movimentam personagens inspirados em pensadores místicos como San Juan de la Cruz e Eckhart e filósofos como Nietzsche e Espinosa. Os diários Um Falcão em Punho (1985), considerado o ponto de viragem no que toca à cada vez maior inteligibilidade da sua escrita, e Finita (1987), distinguem-se das obras ficcionais pela sua aparente ordenação cronológica e pelas reflexões sobre a concepção materialista em que se baseia a mística e a poética da autora. Um dos traços mais marcantes de toda a sua produção consiste na constante negação da escrita representativa, com inserção no texto de diferentes caracteres tipográficos, espaços em branco, traços que dividem o texto, perguntas de retórica, aspectos que contribuem para a sensação de estranheza que os seus textos provocam.

 

Maria Gabriela Llansol foi uma escritora portuguesa, nascida em Lisboa a 24 de novembro de 1931. Publicou inúmeros livros, sempre transitando entre gêneros e borrando a fronteira entre eles, do diário ao romance, da poesia ao ensaio. Esta será uma postagem em constante crescimento e desdobramento, como a própria obra de Llansol. Começamos com textos de seu livro O começo de um livro é precioso (2003).

 

Disponível em: http://www.escritas.org/pt/bio/maria-gabriela-llansol

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